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As mulheres do k-pop e o feminismo na Coreia do Sul


(Créditos: Pexels)


Por Amanda Zanluca


Com a popularização da cultura sul-coreana - a chamada onda hallyu, o K-Pop se tornou um sucesso mundial colocando sob os holofotes os países asiáticos. Mas mesmo a Coreia do Sul sendo considerada um país de primeiro mundo, nem tudo são flores principalmente em relação aos direitos das mulheres que refletem no universo do k-pop. Não é surpresa para quem consome e acompanha produtos da cultura coreana que tópicos como assédio sexual, feminicídio, feminismo, entre outros, ainda são tidos como tabus no país em pleno século 21.


Ainda que de forma lenta, o país sul coreano tem tido alguns avanços significativos como o debate e a criação de movimentos de mulheres. Tais ações foram impulsionadas a partir do caso de assassinato de uma jovem que ocorreu na estação de Gangnam no ano de 2016. O crime, motivado pelo assassino odiar as mulheres e de ter sido humilhado por várias outras ao longo da vida, acabou dando maior voz à nova onda feminista da Coreia do Sul (feminism reboot), que já vinha se desenhando desde 2015. E é em meio a esse cenário que algumas artistas coreanas usam suas vozes para empoderar outras mulheres e lutar contra o machismo.


Se para as mulheres coreanas comuns apoiar e participar de movimentos feministas não é uma tarefa fácil, para as idols (popular celebridade de K-pop), declarar esse apoio acaba custando um preço alto. Irene, integrante de um dos grupos de k-pop mais populares do momento, o Red Velvet, ao contar durante uma entrevista que estava lendo um livro, virou alvo de uma série de ataques de ódio de “fãs”. O livro em questão era "Kim Ji Young, Born 1982", obra que é considerada um guia do feminismo para várias mulheres no país. Os fãs masculinos da idol não curtiram a menção ao assunto e postaram fotos cortando e até mesmo queimando cards da mesma em sinal de reprovação à atitude de Irene em ler um livro.


HyunA, presente na indústria desde o ano de 2007, já recebeu várias críticas e hate pela forma que se veste e até mesmo por suas coreografias consideradas “vulgares”. Um julgamento hipócrita e machista levando em consideração que há boys group’s que também utilizam esse conceito mais sensual, a exemplo disso há vários registros de shows pela internet em que os idols masculinos tiram suas camisas deixando a mostra o seu corpo. E se não bastasse ainda o julgamento em relação ao conceito “sexy” da HyunA, quando seu namoro com o então membro do Pentagon E'Dawn foi revelado pela mídia, a idol chegou a ter seu contrato rompido com a empresa que fazia parte apenas por assumir o namoro.


Apesar da sociedade coreana ainda ser muito machista e preconceituosa, não podemos negar que com a crescente popularização do K-pop no Ocidente, as coisas têm melhorado e impulsionado para que tópicos até então considerados tabus se tornem mais debatidos no país sul coreano.

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