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Máscaras do dia a dia


Ressignificar. Redefinir. Transformar. Transmutar. Tais sinônimos nunca fizeram tanto sentido e foram tão usados como no ano de 2020. Piscamos e uma doença que se iniciou no final de 2019 do outro lado do mundo, já estava batendo em nossa porta. Sem pedir permissão o novo coronavírus se instalou no nosso cotidiano, alterando totalmente nossa forma de viver. Um inimigo invisível que trouxe mudanças extremamente visíveis. As máscaras – que até então só eram utilizadas em maior parte por profissionais da saúde - se tornaram itens obrigatórios para poder sair de casa.


A fim de registrar essas mudanças, o fotógrafo Arnaldo Belotto aproveita seu trajeto até o trabalho para capturar com o celular as mais diversas cenas, e personagens desse novo capítulo na história da humanidade.


Revista F: Como começou a sua história com a fotografia?


Arnaldo Belotto: Desde jovem sempre me interessei pelo cinema. Com 18 anos tinha uma vídeo locadora, e resolvi ir atrás de uma escola de cinema. Me formei e trabalhei na área por 12 anos, dirigindo alguns curtas e um longa metragem. Sempre me interessei muito pela composição das imagens, então, acabei deixando o cinema de lado e me aprofundando mais na fotografia. Queria contar histórias sobre a cultura e fé latina por isso comecei a investir em viagens, e ir em busca de manifestações culturais e religiosas. Desde o começo usei a rua como laboratório, para treinar o olhar e me aproximar com mais facilidade das pessoas.


RF: Como surgiu a ideia de fazer os registros durante a pandemia?


AB: Atualmente tenho um bar que se chama “Soy Latino”, e moro na região central de Curitiba. Como já fotográfo todos os dias, o fato da pandemia construir essas imagens de pessoas com máscaras me chamou muita atenção. Quando via esse tipo de situação em imagens tiradas na China e no Japão, nunca imaginava que fosse ver por aqui. Resolvi começar a captar de forma mais orgânica, usando um aplicativo bem comum e somente fotografando com o celular.


RF: Qual a maior dificuldade para fazer as fotos?


AB: Neste projeto como uso um aplicativo chamado “Huji”, dependo muito de como ele vai interpretar as cores e a luz. Mas isso é algo que me agrada, pois tira esse controle que tenho como nos programas de tratamento de imagem. Gostaria de fotografar mais, mas nem todo dia consigo. Então, a maior dificuldade é a falta de tempo mesmo.


RF: Tem alguma história curiosa sobre alguma foto?


AB: Tem um dos retratos que fiz, em que eu conversei com um rapaz que é músico de rua. Falei para ele que estávamos servindo marmitas no bar nesse momento de pandemia, e agora ele vai umas duas vezes por semana comer lá de graça. Como faço as fotos de maneira bem furtiva, não paro para fotografar. Faço as fotos caminhando, sem parar e enquadrar. É uma forma que utilizo bastante na rua, já me adaptei a ela. Meu tempo de caminhada é de dez minutos até o bar, e sempre estou atrasado. Então, é muito rápido.


As fotos do Arnaldo podem ser conferidas em @arnaldobelotto

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