Da Tupi à MTV: Edifício é símbolo da comunicação brasileira
Com uma arquitetura modernista típica dos anos 50 e 60, o prédio projetado pelo arquiteto brasileiro Gregorio Zolko deu os primeiros passos na trajetória televisiva do país. Sediando a extinta TV Tupi até os anos de 1980, a história da comunicação na cidade de São Paulo, em especial a que se fez nesse endereço, precede à construção deste edifício. Em 1934 o local sediava a Rádio Difusora, sendo a partir de 1950 que a Tupi iniciou suas transmissões no mesmo prédio. Foi ali que aconteceu a gravação do primeiro beijo da televisão brasileira.
No despertar dos anos 90, mais precisamente em 1991, uma nova era televisiva era ensaiada nos andares e corredores estreitos do prédio de onze andares da Rua Alfonso Bovero 52. Era a MTV que dava início às suas atividades no Brasil. E novamente naquele local se testemunhava uma nova forma de se pensar e fazer televisão no país.
Walter Pascotto, foi diretor técnico da emissora musical até o seu encerramento em 2013, mas permaneceu trabalhando no prédio. “Ali a gente fez história, pois se começou a fazer um jeito diferente de fazer televisão. Tudo na MTV tinha que ser diferente, nada podia ser igual às outras emissoras”, comenta Pascotto.
Em 2012, como reconhecimento da importância histórica e cultural que o Edifício Victor Civita possui para a cidade de São Paulo, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) oficializou o tombamento de toda a sua área externa. Bem como a fachada e um mural de mosaicos, assinado pelo artista plástico Gershon Knispel, com imagens de índios em alusão ao nome da primeira emissora instalada no local. Apenas o interior do edifício não foi protegido, devido às várias adequações realizadas ao longo dos anos.
Os murais feitos com pastilhas foram presente do alemão Gershon Knispel e estão instalados na fachada e lateral do prédio. (Crédito: Thiago Bicudo Castro)
* A apuração dessa matéria foi realizada antes dos decretos de isolamento social em função da Covid-19, em março de 2020.