As dificuldades de um time feminino de futebol americano
Mais popular entre homens, mulheres lutam para manter a prática do futebol americano. (Crédito: Sabrina Fernandes)
Um esporte conhecido pela predominância masculina. O futebol americano vem tomando espaço entre as mulheres. No parque São José, que fica localizado na região metropolitana de Curitiba, acontece os treinos da equipe Cold Killers, um time feminino do esporte. Os treinos acontecem duas vezes por semana, desde janeiro de 2018.
A equipe começou com apenas seis mulheres que já faziam parte de um outro time feminino da capital. A diretora do grupo, Rudiane Ramos de 27 anos, e que também atua no time como Linebacker (defesa) lembra dos desafios. “Uma das maiores dificuldades foi a captação de atletas. Até elas entrarem no time e entenderem o propósito, que não é apenas um hobby de final de semana, que é algo sério, demora”, conta.
Segundo Rudiane, foi Homero Mayer, o responsável do time masculino de futebol americano, os MoonHowlwrs, que deu o apoio inicial, já que também tinha interesse em montar um grupo feminino. Foi assim então que nasceu o Cold Killers.
Sara Elisabeth, de 23 anos, que atua como Running back (ataque), conta que sempre foram tratadas com o mesmo respeito. “Nunca sofremos preconceito. No início, quem sempre nos ajudou foram homens, sempre acreditaram e deram apoio”, afirma.
O time liderado por Rudiane enfrenta dificuldades para honrar compromissos. (Crédito: Sabrina Fernandes)
Outra dificuldade presente no cotidiano dessas atletas é a falta de patrocínios e investimentos. Atualmente, o time se mantém com a mensalidade de R$ 25 pagos pelas atletas. Verba utilizada para comprar equipamentos, material de marketing, e cumprir com compromissos com a Federação Paranaense de Futebol Americano.
Luana Marques, 26 anos, está no time desde o início. Além de atuar como atleta, cuida de todo o marketing e design do time. Questionada sobre qual seria o cenário atual do time caso tivessem mais investimentos, ela afirma: “conseguiríamos maior visibilidade se tivéssemos patrocínios não só financeiros, mas também em forma de incentivo de lojas ou empresas”.
Com a falta de patrocínios, o time se vira como pode. A diretoria de captação de recursos, Pamela Loshisuki, busca métodos para trazer verba para o time. Elas fazem o que chamam de blitz, que é ir em semáforos, ou lugares com grande circulação de pessoas, pedir qualquer valor.
Time feminino destaca apoio encontrado por parte do time masculino. (Crédito: Sabrina Fernandes)
*com edição de: Nicole Bek