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Deixando a tecnologia de lado

Escotismo muda a rotina de crianças e jovens e ensina conceitos ecológicos

O movimento escoteiro tem como objetivo construir uma consciência ecológica, tirando crianças e jovens de dentro de casa, sem o uso da tecnologia, e os levando para mais perto da natureza. A União dos Escoteiros do Brasil é a instituição que coordena e acompanha tais práticas no país.

Manoel Augusto Correia Salles, 51 anos, trabalha no Escritório Nacional dos Escoteiros do Brasil, é gerente de projetos e crescimento do escotismo.

Salles diz que existem aproximadamente 1400 grupos de escoteiros. Cada um deles tem uma organização própria, o Escritório Nacional dos Escoteiros determina apenas algumas regras, mas não existe um padrão: eles podem se organizar em escolas, igrejas e praças. A instituição nacional tem 100 mil membros, dos quais 25 mil são voluntários.

Manoel Salles explica que os eventos estão divididos em quatro níveis: os nacionais (organizados pelo Escritório), os regionais, interamericanos e os mundiais. Em 2019, o próximo evento mundial será nos EUA e deve reunir 43 mil participantes acampados.

Kauany Hemilly Banalli da Silveira, 17 anos, é escoteira desde os 15. Ela entrou no grupo a partir de um folheto que recebeu no salão de cabeleireiro do seu pai. Segundo Kauany, as sedes geralmente são em parques ou praças com árvores e as principais atividades desenvolvidas pelos escoteiros são acampar e praticar rapel, tudo isso, voltando-se para os ensinamentos sobre espiritualidade, amor e respeito.

Dentre as atividades que todos os grupos fazem, Kauany destaca o Fogo de conselho: um ritual que foi herdado dos índios, no qual se faz uma fogueira, à noite, onde os mais velhos passam ensinamentos para os mais novos, com teatros e músicas.

A escoteira conta que muita coisa mudou em sua vida desde que ela passou a frequentar o grupo e destaca: o modo de ver a vida, de se relacionar com as pessoas, de ter mais empatia e entender que na vida nem tudo é trabalho e dinheiro e que, às vezes, é necessário suportar fases não tão boas. Além disso, ela diz que também desenvolveu habilidades de trabalhar em equipe, liderança e empatia. “O escotismo é bem mais do que fazer atividades no meio do mato. É um crescimento interno e externo, com conhecimentos que a gente não teria contato se não fosse ali”, argumenta.

A mãe de Kauany, Giselle Banalli, conta que quando soube como funcionava e o quanto o escotismo pode ser importante na vida de uma criança ou adolescente, resolveu inscrever suas duas filhas.

Giselle conta que percebeu mudanças em Kauany, dentre elas, o respeito por si e pelo próximo, a não ser preconceituosa e a proteger o meio ambiente, e ter cuidados básicos com seus pertences e primeiros socorros.

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