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Flávio Seibt: o guardião da história de Venâncio Aires

Carlos Dickow, Venâncio Aires-RS
18 de set. de 2018
2 min de leitura

Aos 71 anos, o médico aposentado Flávio Luiz Seibt poderia estar preocupado com vários outros assuntos ou curtindo a vida sem compromissos, como fazem normalmente as pessoas desta faixa etária. Contudo, ele tem responsabilidades com um “filho fora do casamento”, como costuma brincar quando se refere ao Museu de Venâncio Aires, um espaço que ajudou a conceber em 1994, após viajar pela Europa - onde conheceu vários locais destinados à exposição de itens históricos - e, também, ganhar peças de presente de clientes e passar a ser um colecionador.

Flávio Seibt na sala do museu onde são catalogados livros e revistas

Seibt recorda que o começo da caminhada foi duro, inclusive com a realização de campanhas para a aquisição do Edifício Storck, prédio onde está instalado o Museu, mas também ressalta que a comunidade venâncio-airense participou efetivamente da iniciativa. “Em duas semanas, recebemos milhares de itens em doação. Isso nos obrigou a administrar um acervo bem maior do que havíamos imaginado. Mas tenho convicção de que, depois das minhas três filhas, foi a melhor coisa que fiz na vida”, diz.

Fotos e recortes retratam momentos da 1ª e 2ª Guerras Mundiais

Atualmente, Seibt é tesoureiro do Núcleo de Cultura de Venâncio Aires (NUCVA), órgão que mantém, além do Museu, arquivos histórico e discográfico, hemeroteca e acervo bibliográfico públicos. São cerca de 80 mil itens catalogados, incluindo vestido de noiva preto, bicicleta de madeira e exemplares de jornais que circularam em 1830. Ser reconhecido como líder da mobilização que, hoje, garante a preservação da história do município, é motivo de orgulho para ele, que faz questão de dizer que “este é um museu de muitos donos e tem o tamanho que o povo de Venâncio Aires quis que tivesse, certamente um dos maiores do nosso país”.