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Oferta de emprego causa desordem no crescimento urbano em Novo Hamburgo

Alagamentos, enchentes, moradores perdendo o que levaram uma vida para adquirir: essa é a realidade em algumas áreas de Novo Hamburgo, a Capital Nacional do Calçado, no Rio Grande do Sul, após uma chuva forte e contínua. O motivo: a falta de planejamento urbano entre 1940 e 1990, época em que habitantes do interior do estado migravam para Novo Hamburgo em busca de emprego na indústria coureiro calçadista e melhores condições de vida.



Nor Boeno é um dos migrantes que vieram para Novo Hamburgo na década de 1980


Ao chegar na cidade, começavam a trabalhar em curtumes, em fábricas de calçados e, sem ter onde morar, acomodavam-se em áreas verdes e de risco, onde construíam ocupações irregulares. A partir de dados coletados junto ao Arquivo Público de Novo Hamburgo, constatou-se que os bairros Santo Afonso e Canudos eram o destino da maioria dos migrantes. Nor Boeno, 54, vereador de Novo Hamburgo, é um deles. Ele conta que, na década de 1980, quando chegou ao município, as condições de moradia eram precárias no bairro Canudos, onde foi morar. “Não tinha saneamento básico, energia elétrica e ruas. Fomos improvisando. Tínhamos apenas emprego”, conta Boeno.


Canudos tornou-se o bairro mais populoso com a chegada de migrantes



De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1960 e 1990, o aumento populacional foi de 282%. Com a crise econômica na década de 90, houve o fechamento de postos de trabalho e a diminuição de migrações, que passaram de 50,6%, em 1990, para 14,7%, em 2000.

Canudos é um dos bairros que possui projeto de regularização fundiária

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Texto e fotos: Patrícia Pedrozo, Novo Hamburgo-RS

Edição: Sionelly Leite

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