Sob a pele das mulheres do fim do Mundo
Imagem do clipe Na Pele
Quando duas vozes inconfundíveis e populares se unem a uma letra transcendental, só pode ser sucesso garantido. A música Na Pele é um dueto entre a eterna voz do samba Elza Soares e a roqueira Pitty, compositora da obra. A canção fala de forma poética sobre a força que habita dentro de toda mulher e sobre as transformações que acontecem na vida. A letra faz analogias que demonstram que a mulher nunca é a mesma, está sempre em constante mudança, como a correnteza de um rio. Tudo isso acontece ao som de um Samba-Rock que une o que há de melhor no gênero musical das duas cantoras. É possível reconhecer a música de Pitty e Elza em uma mesma obra com muita harmonia e fidelidade a ambos os estilos.
Não muito longe deste universo da força feminina e de samba ritmado, está a música Mulher do fim do Mundo. A canção é quase um diário onde a cantora Elza Soares fala de sua trajetória, e principalmente dos percalços e dificuldades que passou na vida. A música tem um toque dramático, mas libertador. É quase como se Elza conversasse com o público ouvinte de sua obra e explicasse que a vida é cheia de dor, mas também de escolhas, e Elza escolheu persistir através da música.
Nesta canção são trabalhados dois assuntos chave: a figura da mulher que não desiste mesmo com os problemas que surgem, e o carnaval, pois é um momento onde as pessoas podem se libertar de suas tristezas. Ao final da música, Elza repete várias vezes sobre o desejo de continuar cantando, o que soa quase como o pedido de poder cantar até o final de seu ser, isto é algo que pode significar a persistência, novamente, da mulher em busca de sua libertação. No caso de Elza, libertação esta que vem por meio da música.
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Texto: Talita Santos, Curitiba-PR | Especial para Revista F
Edição: Sionelly Leite