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Holocausto: por toda a vida vamos lembrar


Crédito: Thays Polhmann


O primeiro museu no Brasil dedicado ao Holocausto é em Curitiba. Ele tem como missão lembrar os sobreviventes e contar as histórias de quem viveu o horror da época, que não devem ser esquecidas. Manifesta os acontecimentos da história a partir de vítimas ligadas ao Brasil ou Paraná em um lugar que mostra a luta contra o ódio, a intolerância, a discriminação e o racismo. O Museu do Holocausto foi inaugurado em 2011 e recebe cerca de 700 pessoas semanalmente, entre adultos e estudantes.


Crédito: Thays Polhmann

Com uma atmosfera escura, o museu mostra um pouco do sofrimento que o holocausto causou, o que faz refletir sobre o que ocorreu e ver os estragos de que o homem é capaz, o horror por motivos étnicos, econômicos, sociais.


Crédito: Thays Polhmann

Para o estudante de Jornalismo Gabriel Mafra visitar o museu foi uma mistura de sentimentos. "Emoção, por ter a oportunidade de ver tudo aquilo, saber que alguém manteve isso vivo até os dias de hoje. Mas também muita tristeza, pois é duro saber que humanos sofreram tanto na mão de outros humanos".

Mafra destaca a importância de um museu que retrate esse tema: "Se mantém viva a memória daqueles que sofreram com o Holocausto, mostrar que realmente tudo isso foi verdade. É importante manter tudo isso vivo, para que não se repita no futuro", declara. "É incrível ter tantos detalhes, como os pertences e materiais históricos da época".

Crédito: Thays Polhmann

O Holocausto


O holocausto, também chamado de a solução final, aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial com o assassinato em massa de cerca de 6 milhões de Judeus - o maior genocídio do século XX - patrocinado pelo governo alemão, através do regime nazista implantado por Adolf Hitler. Hitler vendia a ideia de que a Alemanha precisava voltar a ser o que era, com sua descendência ariana, considerada a raça pura, e por isso idealizava um país "limpo" das impurezas dos inferiores.


Crédito: Thays Polhmann

Existem duas leituras de interpretação sobre o Holocausto: uma é ideológica, e está ligada ao nazismo alemão. O professor de História Otacílio Vaz explica como era a lógica de governo nazista: "Tinha-se toda a ideia de um estado totalitário, um líder único na figura do Hitler, um nacionalismo exacerbado... essas ideias nacionalistas são muito fortes no sistema nazista alemão". Também se tinha o objetivo de resgatar uma velha Alemanha, em que Hitler queria devolver aos alemães a poderosa Alemanha do período pré Primeira Guerra Mundial e vingar a humilhação sofrida pelo país no final da Primeira Guerra, o qual sofreu várias punições no Tratado de Versalhes, que teve diversas restrições impostas", declara Vaz.

Crédito: Thays Polhmann

Nessa primeira leitura ideológica, de raça, os judeus são retratados como o grande problema da Alemanha. E Hitler se aproveitou para alienar o povo com a ideia de que os judeus precisavam ser eliminados, "porque eles consideravam como um mal que estava presente na sociedade e que era uma raça que eles consideravam como degenerada e tudo o que eles produziam era também degenerado", declara Vaz. Colocando essas ideias em prática, se chegou até o que chamaram de solução final: a eliminação completa dos judeus.


Crédito: Thays Polhmann


A "solução final" leva os judeus aos campos de concentração, que no início tinham o objetivo de serem locais de encarceramento e depois campos de extermínio, que foram estabelecidos principalmente na Polônia. Estima-se que foram fixados cerca de quinze mil campos e subcampos, a maioria no leste europeu.


Crédito: Thays Polhmann


A segunda corrente diz respeito à questão econômica, pois a Alemanha já apresentava problemas desde o fim da Primeira Guerra Mundial, e tentava se recuperar. Logo depois veio a crise nos Estados Unidos, com a quebra da bolsa de valores em 1929, o que acaba trazendo mais dificuldades econômicas para a Europa. Como na Alemanha e nos países vizinhos havia uma grande concentração de judeus com grande poder aquisitivo (não em sua totalidade, mas grande parte deles) - como empresários, banqueiros, comerciantes de dinheiro - foi um motivo para eles serem o maior alvo do nazismo, porque quando eram capturados, seus bens passavam para o governo alemão.


Crédito: Thays Polhmann


Os judeus não foram os únicos a sofrerem com o Holocausto, mas também ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviética, deficientes mentais e físicos, testemunha de Jeová entre outros.


Crédito: Thays Polhmann



As histórias de quem passou pelo Holocausto podem ser ouvidas no museu, assim como os objetos que representam um pouco do que passaram. Quando visita-se o local todo o sentimento dor e sofrimento do que se passou na Segunda Guerra Mundial é encontrado ali. Para visitar o museu gratuitamente é necessário se cadastrar no site do museu.

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Texto e fotos: Thays Polhmann, Especial para blog Revista F

Edição: Sionelly Leite

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