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Um significado ao Ressignificar

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dados de 2017, aproximadamente 24% dos brasileiros possuem algum transtorno de ansiedade, estando a depressão em 5,8% da população. Isso não é pouco. Um atenuante é que a depressão, considerada o mal do século, ainda é tabu. Muitos custam a reconhecer os próprios problemas psicológicos, e por isso ficam perdidos em seu próprio mundo de sofrimento. Ainda que se trate do corpo com medicamentos, cirurgias, aplicações, quando o assunto é alma-espírito-psiquê-consciente, há quem desvirtue e se distancie da essência de seu problema.



Não foi o caso do fotógrafo Alexandre Mazzo. Mesmo que tenha levado décadas para enfrentar de vez o seu medo, não deixou de fazê-lo. A síndrome do pânico, até então seu maior percalço por mais de 30 anos, foi se tornando expressão, até ganhar tons de preto, branco e cinza em enquadros fotográficos.


Batizado de “Ressignificar”, o ensaio é mais do que a encenação da dor. É a vida, é a arte de quem se reconhece, é vista e paisagem para aquele que foi à exposição no Memorial de Curitiba e se viu refletido nas imagens, tocado pela própria percepção.


Ressignificar é um estado cíclico, é a visão individual, ao mesmo tempo que trata de um coletivo, de um mal que, sorrateiro, chega, não pede licença e fica até quando não estivermos prontos para encara-lo e resolvê-lo.


Mas há esperança e luz: enquanto Ressignificarmos os frames de Alexandre Mazzo, haverá oxigênio para respirar no sufoco da vida de quem carrega o pânico na bagagem.

*Confira na íntegra esta matéria na Revista F, edição 5.

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Texto: Sionelly Leite

Fotos: Alexandre Mazzo

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