Casos de ataque cardíaco e AVC são maiores com o frio
Frio, cobertas, séries, poucos exercícios e muita comida, a diversão ideal de muitas pessoas para o inverno, se em excesso, também pode causar problemas de saúde. Entre os mais comuns estão as infecções respiratórias como gripe, pneumonia e bronquite, que se não bem cuidadas correm o risco de serem gatilhos para doenças mais graves como infartos, AVC e derrame.
As doenças respiratórias também aumentam com o frio
Uma pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revelou que entre as quatro estações do ano o inverno é a que registra o maior número de infartos, com uma média de 30% comparada às demais. Isso porque com as temperaturas mais baixas em torno dos 14°C, o organismo produz uma substância chamada de catecolamina que acelera o metabolismo e evita perda de calor, os vasos sanguíneos se contraem e o coração tem que fazer um esforço maior para bombear sangue, o que deixa o sistema cardiovascular mais sensível a complicações.
"No frio nosso corpo necessita de mais energia para manter o calor, aumenta a pressão arterial e os batimentos cardíacos, por isso é extremamente importante se manter bem agasalho nessa época do ano", explica Alice Lima, pediatra e clínica-geral da Unidade Básica de Saúde do Maracanã.
Com as baixas temperaturas é importante a ingestão de líquidos
Além disso, a suspensão dos exercícios físicos, maior consumo de alimentos calóricos, ingestão menor de líquidos e maus hábitos como fumar e beber álcool podem dobrar as chances de ataques cardíacos. Nessa época também há um aumento nas doenças respiratórias causadas pelas mudanças bruscas de temperaturas, como ir de um ambiente quente para um frio. Logo, a principal recomendação é se proteger bem contra as baixas temperatura .
"Quando temos um processo infeccioso, se tivermos uma boa imunidade reagimos bem e rápido. Ingerir líquidos ajuda na hidratação, além de manter a temperatura e eliminar as toxinas. Exercícios e boa alimentação fazem toda a diferença nessas horas ", acrescenta Alice.
Os grupos mais suscetíveis são os dos idosos, hipertensos, obesos, fumantes e sedentários que, se expostos a choques térmicos, podem sofrer, além do infarto, arritmia, AVC e anginas. Do mesmo modo, quem não pertence a algum desses grupos deve ficar sempre atento e evitar a exposição ao frio intenso ou mudanças fortes de temperatura.
Andar bem agasalhado e consumir bebidas quentes ajuda na prevenção
"Crianças com menos de 5 anos, idosos e gestantes são os mais vulneráveis e podem ter complicações se não forem cuidados. No inverno com o aumento do débito cardíaco e a pressão arterial esses grupos têm mais chances de desenvolver uma vasoconstrição forçando o coração a trabalhar em dobro, com chances grandes de terem um infarto", conclui Alice.
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Texto e fotos: Larissa Turko, Curitiba-PR
Edição: Sionelly Leite