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No escuro da vida também se pode ver

Ariadne Carli é cega desde os 9 anos de idade por conta de um grave problema em seu nervo óptico, e já passou por grandes momentos em sua vida, sem perder o ritmo e mesmo no balanço das dificuldades nunca perdeu as esperanças. A sua história chega a surpreender muita gente: Ariadne era uma criança vidente, observava todas as cores e todas as formas, seu dia a dia era totalmente normal para uma criança, até que algo lhe aconteceu.


Ari, como é chamada carinhosamente, percebeu seu problema em uma festa de aniversário de uma amiga e avisou seus pais, foi aí que levaram ela até um pronto atendimento e descobriram que seu olho direito já tinha perdido grande parte da visão. No começo ela não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas todos seus amigos e familiares ajudaram ela em tudo que ela precisava.


Após começar a viver com a sua deficiência visual dia após dia, e tomar muitos remédios, Ari foi perdendo um pouco dos seus sentidos, como olfato e paladar, mas começou a desenvolver os outros sentidos, como tato e audição. Ari conta que perder a visão aos 9 anos fez com que ela mantivesse muitas coisas em sua memória e isso ajudou na sua rotina, principalmente aonde ir, o que pegar e com quem estava conversando.


No começo seus pais e sua irmã a ajudavam em tudo, como por exemplo quantos passos dar, o que estava passando na TV, a descrever cenários e o que tinha no prato para comer. Mas ao longo do tempo muita coisa mudou e ela começou a fazer seus fazeres sozinha, pois ela se sentia mais forte e independente para viver sua rotina, diferente do começo que ela se entristecia pois dependia muito de seus familiares para fazer coisas que ela fazia tranquilamente antes de perder a visão.

Após 7 anos da perda da visão, Ari infelizmente não pode fazer tudo que uma adolescente com visão normal faz, mas apesar da dificuldade não deixou de ser uma menina feliz e cheia de sonhos. Mesmo não podendo enxergar, não deixava de brincar e ser quem ela é normalmente com seus amigos e primos. Pois por ser uma criança mostrou que a vida não acabava ali.





E assim Ari voltou a estudar, caminhar, se divertir e fazer tudo que um dia acharam que ia ser diferente para ela. Pois ela mostrou que a superação não está no falar que superou, mas no agir e atitudes a cada dia, e nunca perder a esperança e a fé de um dia voltar a enxergar.



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Texto e fotos: Henrique Gigel, Morretes-PR | Especial para Revista F

Edição: Sionelly Leite

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